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Estrangeiro empreendendo no Brasil em crise

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Drew Beaurline – Co-fundador  e CEO da Construct

Frequentemente recebo perguntas de alguns dos nossos clientes, jornalistas e investidores sobre como a atual crise econômica do Brasil impacta numa empresa que está apenas nascendo, e também sobre como é, para um estrangeiro, sobreviver e se adaptar neste cenário.

Decidi compartilhar algumas das respostas a duas perguntas que costumo receber neste artigo, pois, apesar dos tempos difíceis que temos vivido no Brasil, acredito que há muitos motivos para otimismo.

“Como é se adaptar a um país com tantas regiões diferentes em termos de cultura, jeito de fazer negócios? Quais são os principais desafios?”

O Brasil, apesar de ser grande e possuir diferentes regiões e culturas, têm padrões de negócios bem semelhantes ao resto do mundo. As pessoas compram/negociam com o intuito de:

  • Ganhar mais dinheiro;

  • Economizar dinheiro e

  • Reduzir os riscos.

É mais importante que as pessoas se identifiquem com os argumentos que você apresenta do que você se adaptar ou se identificar com uma determinada cultura. Se você consegue entregar valor ao provar um dos três motivos que eu mencionei acima, com números e depoimentos, as pessoas vão fechar negócio com você.

A indústria da construção é bastante conservadora em todo o mundo, mas já começou a adotar tecnologias móveis em seus processos. As construtoras brasileiras geralmente são mais reservadas, mas aquelas mais visionárias estão dando uma recepção calorosa a ferramentas como o Construct e descobrindo que ele contribui com um dos três motivos que mencionei.

As pessoas também gostam de coisas diferentes para que possam utilizar como uma vantagem. Como prova disso, a maioria dos nossos clientes são de Minas Gerais (considerado um dos estados com uma das culturas mais conservadoras do Brasil). Nós também arrecadamos investimentos de pessoas que vivem nos seguintes países: Brasil, Vietnã, Filipinas, Israel, França, Itália, Espanha, Argentina e Estados Unidos (Califórnia, Chicago e Nova Iorque). Essas pessoas enxergam um grande valor no produto e acreditam que a diversidade nos dá força.

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“Como você enxerga o cenário político e econômico do país atualmente? De que maneira esse contexto afeta os negócios e planos da Construct?”

Eu gosto de uma frase em latim que diz: “Succisa Virescit”, que significa, quando cortado, cresce mais forte. Como um empreendedor, as minhas falhas me tornaram mais forte. Eu acredito que a atual situação econômica fará o mesmo para o Brasil.

Há 2 anos, no Brazil Startup Report, eu mencionei que o Brasil precisa remover os seus obstáculos sistêmicos para os empreendedores. A desaceleração na economia global exacerbou estes problemas e agora eles estão sendo discutidos na esfera pública. Uma conversa que incentiva a auto-reflexão é o primeiro passo para a implementação de mudanças que irão permitir que o Brasil cresça no futuro.

Um dos maiores problemas sistêmicos na última década foi a infra-estrutura. Na Construct, acreditamos que a infra-estrutura do país determina a prosperidade de todas as outras indústrias. Nós pensamos que a atual situação econômica fará com que o Brasil invista na melhoria da sua infra-estrutura e esperamos pegar essa onda.

Uma crise também é uma ótima oportunidade para que startups como a Construct aumentem a sua produtividade. Segundo o TechCrunch, os investimentos em startups estão se espalhando tão rápidos quanto as más notícias, no último verão foram anunciados mais de US$ 150 milhões em investimentos.

Na indústria da construção, por exemplo, um relatório do governo britânico constatou que 30% dos gastos se voltam para desperdícios contratuais e operacionais. As empresas que, com um processo mais rápido e transparente, forem capazes de quebrar essas barreiras entre subcontratados, fornecedores e clientes serão as únicas sobreviventes da crise.

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