Sustentabilidade na construção civil: as 6 obras mais sustentáveis do Brasil

Edifício Eurobusiness, em Curitiba

O impacto causado pela construção civil no meio ambiente é gigantesco. Dados do U.S. Green Building Council (USGBC) mostram que, só nos Estados Unidos, o setor é responsável por 40% das emissões de dióxido de carbono. Por isso, a sustentabilidade na construção civil está ganhando espaço no mundo todo, inclusive em países conhecidos pelo grande volume de empreendimentos, como China e Emirados Árabes Unidos.

No Brasil, houve um salto no número a partir de 2010 dos que buscam certificações internacionais para mostrar seu comprometimento com a causa. As duas mais famosas são a americana LEED, emitida pelo USGBC, e a francesa Aqua-HQE. Entre os estados, São Paulo, Rio de Janeiro e Paraná são os que mais buscam os selos de qualidade.

Veja abaixo quais são as 6 obras mais sustentáveis do Brasil:

1. Bairro Jardim das Perdizes, em São Paulo

Construído a partir da planta pela Tecnisa com o escritório Itamar Berezin, o Jardim das Perdizes é o primeiro bairro na América Latina a possuir o Aqua-HQE. Significa que passou por controle de todas as etapas de seu desenvolvimento, partindo de um compromisso com padrões definidos para que a obra seja sustentável. Recebeu o prêmio de vencedor da categoria Sustentabilidade do 20º Prêmio Master Imobiliário.

O bairro conta com sistema de eficiência energética que garante melhor aproveitamento do vento e da iluminação natural. Tem, ainda, bicicletas compartilhadas, vagas de garagem para veículos híbridos e elétricos e sistema de drenagem de águas pluviais para que se infiltrem naturalmente no lençol freático. O canteiro de obras reaproveitou resíduos de antigos prédios e remanejou terras dentro de si próprio, o que evitou a circulação de mais de mil caminhões pela cidade. Além disso, o bairro mostra a sustentabilidade em construção civil com 50 mil m² de áreas verdes e mais de 40 espécies em 2,2 mil árvores.

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2. Edifício Eco Berrini, em São Paulo

A americana Leed ranqueia seus certificados por categorias. O nível platina (ou platinum, em inglês) é o mais alto. Para obtê-lo, é preciso obter acima de 80 pontos em critérios variados estabelecidos pela empresa para garantir a sustentabilidade em construção civil.

Construído pela Hochtief em parceria com o escritório Aflalo & Gasperini Arquitetos, o edifício Eco Berrini conquistou o nível platina e o prêmio de destaque do ano Smacna Brasil 2011. É composto por uma torre corporativa de 32 pavimentos, cinco subsolos e um edifício-garagem anexo, conquistou o nível platina. Suas fachadas de vidro, voltadas para o leste e o oeste, foram projetadas para aproveitar melhor a iluminação solar. O sistema de ar-condicionado utiliza caixas VAVs, que controla a vazão de acordo com a necessidade. Existe ainda um sistema de vazão de ar exterior, modulado em cada pavimento por um registro com atuador proporcional, que regula a passagem de fluídos e permite que a refrigeração funcione. À noite, um sistema de resfriamento ajuda a manter o ambiente fresquinho durante o dia sem utilizar tanta energia. No total, são economizados 40% de água e 30% de energia.

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3. EcoCommercial Building (ECB), em São Paulo

Construído pela JZ Engenharia em parceria com o escritório LoebCapote Arquitetura e Urbanismo, a sede da Bayer MaterialScience recebeu o LEED platina por utilizar mais de 20 conceitos e tecnologias ecoeficientes. Conta com painéis de energia solar, reciclagem de 97% dos resíduos na construção e ventilação natural em todos os espaços, com ar-condicionado em somente 5% da área útil. As árvores nativas do terreno foram conservadas. Para controlar todo o consumo, o edifício tem um sistema interno que monitora a geração de energia solar e o uso de água e energia, além do volume de águas de chuva captadas.

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Para aproveitar melhor o clima da cidade em que está, possui isolamento térmico em tetos, placas translúcidas nas fachadas que bloqueiam calor e permitem entrada de luz natural. Tem também brises, persianas e películas para proteção solar. O projeto ECB, que ocorre em escala global, recebeu o prêmio Melhores Práticas Globais em Construção Verde” no Fórum Global sobre Assentamentos Humanos (GFHS – Global Forum Human Settlements).

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4. Edifício Eurobusiness, em Curitiba

Este é o primeiro empreendimento com o selo platina da Leed no sul do país. Construído pela Engemática em parceria com a consultoria Petinelli Soluções em Green Building e o escritório Realiza Arquitetura, o edifício consome 50% menos energia e 80% menos água que um convencional. Entre outros recursos, o Eurobusiness possui elevadores inteligentes que devolvem a energia gerada pelo equipamento para a rede elétrica do edifício. A fachada utiliza vidros low-e, com alta refração do calor sem impedir a entrada de luz. Já o ar-condicionado utiliza calor residual do arrefecimento para aquecer água ou fornecer calor a outras divisões.

5. Estádio Mineirão, em Belo Horizonte

Mais do que ser lembrado como o palco da derrota para a Alemanha na Copa do Mundo de 2014, o estádio mineiro merece ser celebrado por possuir o selo platina da Leed. Foi construído pelas empresas Construcap, Egesa e HAP Engenharia, em parceria com CTE – Centro de Tecnologia de Edificações. Um dos destaques em sustentabilidade em construção civil é a usina solar fotovoltaica, com capacidade para gerar um volume de energia equivalente ao consumo médio de 1,2 mil casas.

Uma boa parte desse tanto destina-se à iluminação ? que, por sua vez, consome 30% menos que em outros estádios. Toda a demanda das bacias e mictórios é suprida por água da chuva e, nas torneiras, metais sanitários reduzem em 10% o volume utilizado. Durante as obras, além de medidas que economizaram água e energia, o estádio teve o gramado, as cadeiras e a madeira da estrutura antiga doados para diversas entidades.

6. Centro Integrado Fleury Ponte Estaiada, em São Paulo

Para receber a certificação platina de sustentabilidade em construção civil, este projeto, elaborado pelo escritório ACR Arquitetura, teve seu maior diferencial na iluminação. A utilização de lâmpadas com tecnologia LED predominou. Apesar do investimento inicial mais alto, a necessidade de se manter as luzes acesas 24 horas deve garantir o retorno financeiro em poucos anos.

A unidade instalou-se no edifício Tower Bridge, já com certificação ouro da Leed, obtida pelo uso de dispositivos que garantem redução de energia e consumo consciente de água. Também emprega materiais com baixa ou nenhuma emissão de compostos orgânicos voláteis, como o dióxido de carbono, e implantou processos que melhoram o espaço e o entorno.

 

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