Lançada em 1998, a certificação LEED (Leadership in Energy and Environmental Design) é um dos principais reconhecimentos para empresas e projetos de construção civil do mundo. Criado pela ONG americana U.S. Green Building Council, cerca de 14 mil empreendimentos em 160 países já possuem a certificação ou estão em fase de aprovação para obtê-la. No Brasil, são 1.230 projetos registrados e 423 já certificados com o selo LEED de sustentabilidade.
O foco da certificação é estimular as empresas do setor a utilizarem seus recursos de maneira racional e econômica, mostrando que, para isso, não é preciso reduzir a qualidade dos projetos ou de fazer gastos extras.
A seguir, confira como funciona a certificação LEED e os principais requisitos para que os projetos da sua empresa possam ser premiados com o selo.
Como funciona a certificação LEED?
A certificação LEED pode ser aplicada em quaisquer projetos, sejam eles de pequeno ou grande porte, comerciais ou residenciais ou até bairros inteiros. Uma grande vantagem é que os projetos que buscam o selo podem ser novos ou já construídos – assim, projetos de Retrofit ou reformas menos complexas também podem ser condecoradas com o LEED ao atingirem as especificações necessárias.
A cada pré-requisito existente, o projeto ganha um diferente número de pontos. No final, o nível da certificação adquirida é definido de acordo com os pontos acumulados. Os níveis são Certificado (40 a 49 pontos), Silver (50 a 59), Gold (60 a 69 pontos), e Platinum (80 a 110 pontos). O LEED possui 4 tipologias, que buscam enquadrar os diferentes tipos de projetos que buscam a certificação. São elas:
Building Design + Construction (BD+C): Foco em projetos e construções de edifícios. Fazem parte dessa categoria as novas construções ou grandes reformas, escolas, unidades de saúde, galpões e centros de distribuição, lojas de varejo, envoltória e núcleo central (projetos de elétrica, hidráulica e proteção contra incêndio).
Interior Design + Construction (ID+C): Foco no design e na construção de interiores. Os projetos podem ser de uso residencial ou comercial – este último é subdividido nas categorias Hospedagem, Lojas de Varejo e Interiores Comerciais.
Operation & Maintenance (O+M): Voltado para a operação e manutenção de edifícios já existentes. Nessa categoria, podem se enquadrar projetos de reforma/renovação para escolas, lojas de varejo, galpões e centros de distribuição, hospedagem e data centers.
Neighborhood (N): Esta tipologia foi pensada com o intuito de criar bairros mais sustentáveis e melhor conectados. Para se enquadrar nessa categoria, os projetos devem ter escala de bairro e podem estar em qualquer fase de planejamento e projeto ou até 75% construído (Plano), próximos de finalizar a construção, ou que foram terminados nos últimos três anos (Certificação do Projeto).
Áreas de avaliação
As tipologias acima devem preencher o checklist relacionado à categoria do projeto. Para avaliar os níveis de sustentabilidade, a certificação utiliza 8 conceitos diferentes:
Localização e Transporte: acesso a transporte de qualidade, estacionamentos com redução de pegada ambiental, uso de veículos verdes, proteção a terras sensíveis e instalações para bicicletas.
Espaço Sustentável: prevenção de poluição durante a construção, reutilização de água da chuva, redução das ilhas de calor, redução da poluição luminosa e proteção ambiental.
Eficiência do uso da água: Redução do uso de água em ambientes externos e internos, medição do nível de água utilizado na construção e uso de água de torres de resfriamento.
Energia e Atmosfera: Comissionamento e verificação fundamental, desempenho mínimo de energia, medição de energia ao nível do edifício, medição avançada de energia, produção de energia renovável, otimização de desempenho energético, uso de energias verdes e métodos de compensação de carbono.
Materiais e Recursos: recolhimento e armazenamento de materiais recicláveis, planejamento do gerenciamento de resíduos na construção e/ou demolição, redução do impacto do ciclo de vida dos interiores, declaração ambiental de produtos, declaração de origem de matérias-primas.
Qualidade Ambiental Interna: desempenho acústico, conforto térmico, aproveitamento de luz natural, iluminação interior, gerenciamento da qualidade do ar e materiais com baixa emissão de carbono.
Inovação e Processos: uso de tecnologias voltadas para o Green Building (construção sustentável) e projeto monitorado por profissional credenciado pelo LEED.
Créditos de Prioridade Regional: não especificado pelo LEED, variáveis para cada país ou região.
Vale lembrar que, dentre os itens especificados em cada categorias, existem os pré-requisitos (ações obrigatórias em qualquer empreendimento que busca a certificação) e os créditos (ações sugeridas pelo LEED e que acumulam pontos). Assim, mesmo atingindo o número mínimo de pontos para se enquadrar em um dos níveis da certificação, a empresa ou projeto não obterá o certificado se deixar de cumprir um dos pré-requisitos.
Vantagens
A lista de exigências para obter a certificação LEED pode parecer extensa. No entanto, atingir estes objetivos pode ser facilmente alcançável quando se tem um planejamento cuidadoso e atrelado às peculiaridades do projeto. Além disso, preencher aos requisitos do selo LEED traz inúmeros benefícios para a construtora, como capacitação profissional, redução no uso de água e energia, menor desperdício de materiais, modernização do empreendimento e, é claro, maior valorização dos imóveis.
Para saber mais detalhes sobre como obter a certificação LEED de sustentabilidade na construção civil, acesse o site do Green Building Council Brasil.